São Paulo – O aguardado retorno do campeonato de surfe mais tradicional da América Latina no Havaí brasileiro já está em contagem regressiva. O Hang Loose Pro Contest apresentado pela Elétron Energy começa na próxima terça-feira (28) e vai até domingo, no arquipélago pernambucano de Fernando de Noronha. O evento não aconteceu em 2021 e 2022 por causa da pandemia e volta esse ano, promovendo a penúltima etapa da temporada 2022/2023 da World Surf League (WSL) Latin America, com o nível máximo do Qualifying Series (QS). Os 5.000 pontos que estarão em jogo nos tubos da Cacimba do Padre serão decisivos na disputa pelas oito vagas para o Challenger Series 2023 e podem até definir um novo campeão sul-americano.
“O mundo voltou ao normal e o Hang Loose retornou para Noronha, para casa, que sempre o recebeu bem, que é o melhor palco para um campeonato de surfe no Brasil, não só pelas ondas, como pelo ambiente, pelo espírito da ilha, que já se acostumou a ter esse evento. O Hang Loose já faz parte de Noronha”, comemora o empresário Álfio Lagnado, proprietário da SurfCo e fundador da marca Hang Loose, que desde 1986 realiza etapas do Circuito Mundial de Surfe no Brasil. O Hang Loose Pro Contest estreou em Fernando de Noronha em 2000, aconteceu todos os anos até 2012 e retornou em 2019.
Os principais concorrentes para representar a América do Sul no Challenger Series, circuito classificatório para a elite do World Surf League Championship Tour, vão competir no 37º campeonato promovido pela Hang Loose e 16º a ser realizado em Fernando de Noronha. Uma das atrações é o peruano Miguel Tudela, que lidera o ranking da WSL Latin America, vencendo todas as cinco etapas que participou em 2022. A invencibilidade começou nas Ilhas Galápagos do Equador, depois ganhou as duas do Chile, em Iquique e Arica, a de Saquarema no Brasil e a única em sua casa, no Peru.
Miguel Tudela pode até confirmar um feito inédito no Hang Loose Pro Contest apresentado pela Elétron Energy, de ser o primeiro peruano a conquistar o título sul-americano da WSL Latin America. O pernambucano Ian Gouveia, atleta patrocinado pela Hang Loose, é o único que pode impedir que ele seja campeão por antecipação, antes da última etapa da temporada 2022/2023, que será disputada na semana seguinte em Florianópolis.
Mas, o único resultado para o filho de Fábio Gouveia ter chance para o título, é a vitória em Fernando de Noronha. Além disso, Miguel Tudela não poderá chegar na fase dos 16 melhores do campeonato. Em 2019, o peruano conseguiu isso, batendo até o campeão mundial Ítalo Ferreira, antes de ser barrado pelo espanhol Aritz Aranburu nas oitavas de final. Esse nono lugar agora, garantiria o título sul-americano para Miguel Tudela. Já em 2020, ele terminou em 25º lugar, perdendo na terceira fase para Wiggolly Dantas e Renan Pulga.
“Minha expectativa é fazer o melhor resultado possível, passar baterias e continuar na liderança. Eu gosto muito daquela onda, definitivamente é uma das minhas favoritas do circuito e gosto muito de competir lá”, disse Miguel Tudela, que já tem garantida sua participação no Challenger Series deste ano, para disputar classificação para o CT 2024. “Estou com boa expectativa, mas com muita calma, pensando em passar baterias e buscar os pontos necessários em cada evento”.
Família Gouveia – Diferentemente do peruano, Ian Gouveia já fez parte da elite mundial do CT, é o vice-líder no ranking da WSL Latin America e também está praticamente garantido entre os oito classificados para o Challenger Series 2023. O primeiro Hang Loose Pro Contest da história aconteceu em 1986, em Florianópolis, e aportou em Fernando de Noronha no ano 2000. Ian nasceu em 1992 e, desde criança, sempre foi para ilha com seu pai, Fabio Gouveia. Em 2008, com 15 anos de idade, Ian competiu pela primeira vez nos tubos da Cacimba do Padre.
Na estreia, Ian perdeu de cara, mas no ano seguinte já surpreendeu, passando quatro baterias até ser barrado nas quartas de final e ficar em quinto lugar. Foi bem melhor do que seu pai, que terminou em 49º. Ian só perdeu para o campeão daquele Hang Loose Pro Contest de 2009, Bruno Santos. Curiosamente, ele só conseguiu repetir este resultado na última edição, em 2020, quando também foi batido apenas pelo campeão, Ramzi Boukhiam, o marroquino que no ano passado conquistou classificação para o CT 2023.
Além de Miguel Tudela e Ian Gouveia, que brigam pelo título sul-americano de 2022/2023 da WSL Latin America, os outros seis surfistas que estão se classificando para o Challenger Series, vão defender suas vagas no Hang Loose Pro Contest apresentado pela Elétron Energy. São eles, por ordem de ranking, os brasileiros Rafael Teixeira (3º lugar) e o jovem Ryan Kainalo (4º ), o argentino José Gundesen (5º), o chileno Guillermo Satt (6º) e mais dois brasileiros que estão fechando o G-8 no momento, Heitor Mueller (8º) e Weslley Dantas (9º), vice-campeão da última edição do evento em 2020.
O Hang Loose Pro Contest apresentado pela Elétron Energy em Fernando de Noronha, é uma realização do Instituto Incentiva, com homologação da World Surf League (WSL) Latin America e patrocínios da Hang Loose e Elétron Energy, através da lei de Incentivo ao Esporte do Governo do Estado de Pernambuco, colaboração do site Waves e a competição será transmitida ao vivo pelo site da WSL
RANKING REGIONAL DE 2022/2023 DA WSL LATIN AMERICA:
20 MELHORES DAS 10 ETAPAS DISPUTADAS:
01: Miguel Tudela (PER) – 14.000 pontos
02: Ian Gouveia (BRA) – 6.248
03: Rafael Teixeira (BRA) – 5.763
04: Ryan Kainalo (BRA) – 5.507
05: José Gundesen (ARG) – 5.380
06: Guillermo Satt (CHL) – 5.040
07: João Chianca (BRA) – 4.900
08: Heitor Mueller (BRA) – 4.727
09: Weslley Dantas (BRA) – 4.673
10: Edgard Groggia (BRA) – 4.342
11: Samuel Igo (BRA) – 3.978
12: Santiago Muniz (ARG) – 3.740
13: Vitor Ferreira (BRA) – 3.732
14: Igor Moraes (BRA) – 3.593
15: Francisco Bellorin (VNZ) – 3.588
16: Gabriel André (BRA) – 3.475
17: Krystian Kymerson (BRA) – 3.460
18: Valentin Neves (BRA) – 3.186
19: Gabriel Klaussner (BRA) – 3.175
20: Lucas Vicente (BRA) – 2.973
CAMPEÕES DO HANG LOOSE PRO CONTEST
2020 – Ramzi Boukhiam (MAR) – Cacimba do Padre, Fernando de Noronha (PE)
2019 – Jadson André (RN) – Cacimba do Padre, Fernando de Noronha (PE)
2017 – Deivid Silva (SP) – Praia de Maresias, São Sebastião (SP)
2016 – Kanoa Igarashi (JPN) – Praia da Joaquina, Florianópolis (SC)
2012 – Miguel Pupo (SP) – Cacimba do Padre, Fernando de Noronha (PE)
2011 – Alejo Muniz (SC) – Cacimba do Padre, Fernando de Noronha (PE)
2010 – C. J. Hobgood (EUA) – Cacimba do Padre, Fernando de Noronha (PE)
2009 – Bruno Santos (RJ) – Cacimba do Padre, Fernando de Noronha (PE)
2009 – Kelly Slater (EUA) no CT Hang Loose Santa Catarina Pro em Imbituba
2008 – Raoni Monteiro (RJ) – Cacimba do Padre, Fernando de Noronha (PE)
2008 – Bede Durbidge (AUS) no CT Hang Loose Santa Catarina Pro em Imbituba
2007 – Aritz Aranburu (ESP) – Cacimba do Padre, Fernando de Noronha (PE)
2007 – Mick Fanning (AUS) no CT Hang Loose Santa Catarina Pro em Imbituba
2006 – Jean da Silva (SC) – Cacimba do Padre, Fernando de Noronha (PE)
2005 – Bobby Martinez (EUA) – Cacimba do Padre, Fernando de Noronha (PE)
2004 – Warwick Wright (AFR) – Cacimba do Padre, Fernando de Noronha (PE)
2003 – Neco Padaratz (SC) – Cacimba do Padre, Fernando de Noronha (PE)
2002 – Victor Ribas (RJ) – Cacimba do Padre, Fernando de Noronha (PE)
2001 – Fábio Silva (CE) – Cacimba e finais no Abras, Fernando de Noronha (PE)
2000 – Guilherme Herdy (RJ) – Cacimba do Padre, Fernando de Noronha (PE)
2000 – Crhistiano Spirro (BA) – Praia de Maresias, São Sebastião (SP)
1999 – Richard Lovett (AUS) – Baía de Maracaípe, Ipojuca (PE)
1999 – Peterson Rosa (PR) – Praia de Maresias, São Sebastião (SP)
1998 – Armando Daltro (BA) – Gaibú, Cabo de Santo Agostinho (PE)
1997 – Marcelo Nunes (RN) – Baía de Maracaípe, Ipojuca (PE)
1996 – Fábio Silva (CE) – Baía de Maracaípe, Ipojuca (PE)
1995 – Peterson Rosa (PR) – Praia das Pitangueiras, Guarujá (SP)
1994 – Matt Hoy (AUS) – Praia das Pitangueiras, Guarujá (SP)
1993 – Joey Jenkins (EUA) – Praia das Pitangueiras, Guarujá (SP)
1992 – Nicky Wood (AUS) – Praia das Pitangueiras, Guarujá (SP)
1991 – Nicky Wood (AUS) – Praia das Pitangueiras, Guarujá (SP)
1990 – Fábio Gouveia (PB) – Praia das Pitangueiras, Guarujá (SP)
1989 – Glen Winton (AUS) – Praia da Joaquina, Florianópolis (SC)
1988 – Tom Carroll (AUS) – Praia da Joaquina, Florianópolis (SC)
1987 – Tom Carroll (AUS) – Praia da Joaquina, Florianópolis (SC)
1986 – Dave Macaulay (AUS) – Praia da Joaquina, Florianópolis (SC)
Sobre a World Surf League: A World Surf League (WSL) promove as principais competições de surfe, coroando os campeões mundiais desde 1976, com os melhores surfistas do mundo se apresentando nas melhores ondas do mundo. A WSL é composta por uma divisão de Circuitos e Competições, que supervisiona e opera mais de 180 eventos globais a cada ano; pela WSL WaveCo, que produz as melhores ondas artificiais de alta performance; e pela WSL Studios, com produções independentes de conteúdos e projetos com e sem roteiros.