Skate, cultura e coração: STU National estreia com brilho nos olhos e nas pistas
Na sexta-feira (18), feriado nacional, começaram as eliminatórias do STU National Criciúma. Os portões foram abertos ao público por volta das 10h, e as competições se estenderam até o início da noite. As primeiras e segundas fases das categorias Street e Park masculino foram os destaques esportivos do dia.
O prefeito Vagner Espindola acompanhou a abertura logo pela manhã e fez questão de receber em seu gabinete Diogo Castelão, fundador do STU. “Esta é uma edição histórica do STU National Criciúma e vai ficar para sempre na nossa memória. Nesta quinta edição consecutiva, é possível afirmar que a cidade está se tornando a capital do skate. Comemorar os 100 anos de emancipação abrindo o circuito nacional é o presente ideal que ganhamos da organização”, destacou o prefeito.
Já Diogo Castelão se disse impressionado com a organização e com a dedicação da gestão municipal em preparar cada detalhe para receber o evento. “Criciúma é a única cidade não capital a receber o STU. E fizemos questão de iniciar o circuito aqui neste ano, devido ao grande sucesso e ao cuidado que a cidade tem com o esporte e a cultura. Eu percebo, cada vez mais, que virou um projeto da cidade”, declarou.
Havia uma aura diferente no ar, nas manobras e nos olhares. Uma nostalgia ansiosa, esperançosa, inquieta, com desejo de aproveitar ao máximo cada minuto do evento.

No ar, o som do spray e das latas de tinta se misturava ao rolar das rodinhas e aos comentários eufóricos do locutor oficial. Um grafite recém-iniciado convidava à contemplação. De longe, parecia apenas mais uma manifestação da arte urbana viva naquele instante. Porém, o silêncio concentrado de Rafael Odrus, de Brasília-DF, o único grafiteiro surdo da América Latina, deixava claro que havia algo especial naquele traço.
Com um largo sorriso, ele manifestou sua alegria por estar presente e eternizar sua arte em um dos muros da estrutura do evento. “O pessoal ainda tem preconceito, não conhece o grafite, não sabe a importância da cultura do grafite. Estou aqui mostrando minha arte, provando que o grafite não é vandalismo. Esta é a minha missão: expandir futuramente na cidade, ensinar as crianças da periferia, ajudar a salvar vidas, como aconteceu comigo. Aprender sobre arte mudou o meu destino”, disse Odrus.
Nas manobras, o flutuar,
o deslizar e o inspirar estavam em cada movimento das baterias da tarde. Assistir de perto e perceber os detalhes das linhas, os ajustes na execução e as mãos nas manobras de cada atleta é um privilégio que não pode ser desperdiçado.

Atento ao pequeno drama do filho, que chegou atrasado e não teve tempo de aquecer, Maurício Tom aguardava na grade, aflito. Na terceira volta, o skatista Rafael Tomé garantiu excelente pontuação (81,69), avançando para a segunda fase. Eufórico, correu para os braços do pai. “Só penso em me divertir e acertar as manobras que imagino. Ter meu pai por perto ajuda muito”, disse Rafael.
Nos olhares atentos das crianças participantes do STU Day havia um brilho eufórico. Cerca de 50 crianças de dois projetos sociais da cidade receberam a oportunidade de conhecer os bastidores do evento e, no Lounge Família, ficaram bem perto dos seus ídolos. Derek Sotero Flausino, de 12 anos, estava feliz com os autógrafos que conseguiu. Segurava, contente, o skate e o capacete com as assinaturas eternizadas. “Esta é a segunda vez que venho, e foi a mais especial. Assistir às baterias de perto e conversar com os atletas foi muito legal”, contou Derek.